Foto: Ilustração
Cerca de 50 alunos indígenas da etnia Kayapó, moradores da Aldeia Las Casas, na zona rural do município de Pau D’Arco, no sul do Pará, estão há vários dias sem frequentar a escola devido à falta de transporte escolar.
A comunidade fica a cerca de 50 km da sede do município, e o único meio de acesso dos estudantes à escola é por meio de ônibus disponibilizado pela prefeitura.
O problema, que afeta alunos do ensino fundamental entre o 6º e o 9º ano, foi denunciado por pais e responsáveis à imprensa, com o objetivo de sensibilizar a gestão municipal sobre a gravidade da situação e cobrar providências urgentes.
O estudante Wai Wai Kayapó expressou sua preocupação com os dias perdidos de aula. “Eu fico preocupado, pois estou muitos dias sem estudar, sem ir para a escola e sem saber a matéria que está sendo passada pela professora”, lamenta.
Takanhikwa Kayapó, pai de quatro alunos que também estão sem acesso às aulas, criticou o descaso da prefeitura. “Eu me preocupo com a situação, pois meus quatro filhos estão sem estudar. A gente cobra o ônibus e eles só dizem que vão resolver, mas não resolvem. E os alunos continuam sem estudar”, desabafou.
A estudante Whakamro Kayapó reforçou a dificuldade enfrentada: “Eu falto muito à escola porque o ônibus não vem buscar os alunos”, afirmou.
O impasse ocorre a pouco mais de um mês do encerramento do primeiro semestre letivo, o que pode comprometer o desempenho dos estudantes nas avaliações do segundo bimestre.
Em entrevista à imprensa, o prefeito Domingos Enfermeiro afirmou que o contrato emergencial com a empresa responsável pelo transporte escolar venceu recentemente e que a prefeitura pretende lançar um pregão eletrônico para contratar uma nova prestadora de serviço. “Nós fizemos um contrato emergencial com essa empresa terceirizada e, em breve, estaremos realizando um pregão eletrônico para contratar uma empresa que possa prestar um serviço de melhor qualidade”, declarou.
Até a publicação desta reportagem, o transporte escolar ainda não havia sido restabelecido, e os estudantes indígenas continuavam sem acesso às aulas, acumulando prejuízos em seu processo de aprendizagem. Dinho Santos
